Por Antunes Filho
SOBREPOSIÇÃO DE REALIDADES
Dentro de uma realidade dada (o bar), sobreposições de outras realidades ficcionais simultâneas navegam imaginariamente (como as flutuações de Chagal) entre os fregueses e sobre as mesas. Alguém naquele momento estará imaginando, criando todas essas personagens que cercam Zulmira, atualizando a virtual história “A Falecida” ? Que autor? A um canto condenada à sempre solidão uma figura de Hopper.
Foto: Fred MesquitaDentro de uma realidade dada (o bar), sobreposições de outras realidades ficcionais simultâneas navegam imaginariamente (como as flutuações de Chagal) entre os fregueses e sobre as mesas. Alguém naquele momento estará imaginando, criando todas essas personagens que cercam Zulmira, atualizando a virtual história “A Falecida” ? Que autor? A um canto condenada à sempre solidão uma figura de Hopper.
BIDIMENSIONALIDADE
Nas montagens anteriores de “A Falecida”, propunha-se uma interpretação junguiana, bem ao contrário do que até então se fazia com as obras de Nelson Rodrigues, que além de serem sempre rotuladas como comédia de costumes, eram calcadas numa visão freudiana.
Então, dentro de uma leitura realizada através de Jung sobre o inconsciente coletivo, utilizava-se espaços profundos (3 dimensões acentuadas com luzes apropriadas propiciando incertezas, névoas) que sugerisse estados hipnóticos (inconscientes).
Desta feita, ao contrário, aproveitando o humor do autor, a sua grande verve irônica, cáustica, propõe-se uma aproximada situação documental, popular, cotidiana: chapada, clara, uma dura gravura bidimensional que lembra figurações da Pop Art (Roy Lichtenstein, Andy Warhol, Jasper Johns, Rauschenberg, Claes Oldenburg)
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